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4 dicas imperdíveis para palestrantes

Me recordo como se fosse hoje, uma das primeiras apresentações que fiz. Foi no DevInCompany, uma ação promovida pela comunidade de desenvolvedores de Minas Gerais, o Minas Dev.

O intuito era simples, levar para as empresas as tendências e boas práticas que o mercado aplicava e almejava no momento.

De lá para cá, se passaram uns bons anos e olhando para trás percebo o quanto melhorei, como palestrante e como pessoa também.

Ao longo da caminhada já presenciei diversas palestras muito boas e outras nem tanto, mas a grande maioria delas peca em um quesito: acessibilidade.

Com o acesso a internet, a maioria dos produtos e serviços migraram para o ambiente digital, podemos verificar nosso saldo bancário, comprar coisas, conversar com nossos amigos, enviar um e-mail para um ente querido, entre outras coisas tudo na comodidade do nosso lar. Algo maravilhoso não é mesmo?

Porém, os ambientes digitais pecam com as pessoas com deficiência, quando palestramos estamos inseridos neste contexto. Segundo o censo do IBGE de 2010, existem 45 milhões de brasileiro com algum tipo de deficiência.

Criamos barreiras quando não pensamos nessa parcela da população e privamos os mesmos ao acesso a informação. Por isso, irei te dar 4 dicas para usar em suas apresentações e garantir que seu conteúdo seja mais acessível.

1. Se descreva para as pessoas

Ao palestrar você deve ter em mente algo muito importante: você desconhece a totalidade do seu público.

Pelo o fato de desconhecer, podem existir pessoas com graus de deficiência leve a severo na plateia. Para quem enxerga, por exemplo, a identificação com o palestrante é bem natural, pois ela tem contato visual com o mesmo.

Essa realidade se torna diferente, quando existem pessoas com deficiência visual na plateia. Para você gerar identificação, o ideal e descrever suas características, como cor dos cabelos, tom da pele, a blusa que está vestindo e etc.

Abaixo um exemplo de como você poderia fazer isso:

Me chamo Bruno Pulis, tenho 32 anos, meus cabelos são pretos, uso um óculos retangular pretos. Sou branco usa uma camisa do Star Wars. Estou sentado numa cadeira gamer e ao fundo existem diversos livros.

Um dos eventos que tive a oportunidade de participar, onde todos os palestrantes fizeram isso foi o TSPI e o DTAR Conference. Ambos idealizados pelo o Júlio de Lima.

Foi de encher os olhos vendo as pessoas se descrevendo. Tivemos diversos elogios por essa atitude, confesso que me emocionei quando li os comentários.

2. Slides acessíveis

Devemos ter um cuidado com os slides que produzimos. A ideia primoridal dos slides é comunicar algo que queremos, por isso nossa comunicação deve ser clara e concisa.

Uma boa prática é utilizar a tipografia dos slides no de 18pt ou maior, outro ponto importante é oferecer um bom contraste entre o texto e o fundo dos slides. Aconselho a utilizar o Accessible Colors para verificar o contraste.

Caso esteja utilizando o Power Point, ele possuí um recurso para verificar a acessibilidade dos slides, abuse e use dele.

Outro ponto de atenção seria descrever as imagens pelo o que elas representam no contexto do slide. O exemplo abaixo é da minha palestra com o Gabriel Santos no DTAR Conference

Poderíamos descrever o slide como:

Na imagem temos uma criança branca, loira com um blusa de mangas compridas montando várias peças de um quebra cabeças, fazendo alusão ao endpoints de uma API.

3. Tamanho da fonte e contraste nos snippets

Se sua apresentação tiver trechos de códigos é importante se atentar em dois conceitos: contraste e tamanho de fonte.

Além disso, apresente somente trechos relevantes do que você quer exemplificar, não precisa mostrar a classe inteira.

Dê preferência por usar as fontes no tamanho de 24pt e ao utilizar trechos de código você pode usar um serviço como o Carbon, ele ofereceu boas opções com um contraste bem interessante.

4. Utilize linguagem clara

Foto de Skylar Kang

A linguagem dos seus slides e sua deve ser a mais clara possível, se atente para alguns pontos como:

  • você deve ser claro no que quer comunicar;
  • ser sucinto;
  • evitar expressões idiomáticas sem prover explicação;
  • fale pausadamente, existem pessoas surdas que fazem leitura labial;
  • evite vícios de linguagem como: , tipo, então.

Conclusão

Com essas dicas, podemos alcançar um número muito maior de pessoas e promover a acessibilidade por um outro aspecto.

Me conta quais dessas dicas você já conhecia e quais ainda não.

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