Opa, algumas semanas que não apareço por aqui. Não tive um bloqueio criativo ou algo do tipo.
Recentemente, minha avó faleceu e precisei afastar de tudo e dar atenção a família.
Foi no mesmo período que estourou a tragédia no Rio Grande do Sul. Fiquei bem mal, ainda não estou 100%, mas, como ouvi de um amigo gaúcho “A vida continua”…
Não podemos parar!
Vamos ao que interessa!
Semana passada, estava conversando com minha esposa sobre a relação da IA com acessibilidade.
Brinquei com ela, “amor pede para o chat GPT fazer uma piada com a WCAG”.
Não é que o danado, criou uma que ri demais, foi a seguinte:
WCAG: O código de conduta online que é mais complicado do que entender o final de um filme do Christopher Nolan.
Só quem já viu Interestelar ou Tenent, sabe da dificuldade que é GPT ironizou…
Após rir, fiquei pensando nessa frase. E cara faz muito sentido, para quem nunca viu a WCAG é um documento em primeiro momento: complicado, extenso e chato.
Por isso toda documentação deve ser:
- bem organizada;
- com linguagem clara;
- objetiva;
- pensada no usuário.
Gosto muito da documentação do Cypress, ela é intuitiva e bem prática sem enrolação. E a WCAG, nesse quesito, falha miseravelmente.
Mas nem tudo está perdido meus amigos, a W3C está unindo esforços para mudar radicalmente a WCAG em sua nova versão a 3.
Mudança do nome
O nome das WCAG 3 é diferente das anteriores:
- WCAG 3 é W3C Accessibility Guidelines;
- WCAG 2 é Web Content Accessibility Guidelines.
Esse novo nome foi escolhido pela ampla familiaridade com o acrônimo “WCAG” e para abranger um público mais amplo indo além do “conteúdo”.
Objetivos
Ela tem alguns objetivos claros, como:
- Ser mais fácil de entender;
- Abranger mais necessidades dos usuários, incluindo mais necessidades de pessoas com deficiências cognitivas;
- Ser flexível para atender a diferentes tipos de conteúdo da Web, aplicativos, ferramentas e organizações.
Ela possui grandes semelhanças e diferenças com as versões anteriores.
Semelhanças
- fornecer orientação para tornar o conteúdo da Web e os aplicativos acessíveis a pessoas com deficiências;
- requisitos fundamentais e específicos de acessibilidade.
Diferenças
- estrutura diferente;
- modelo de conformidade diferente;
- escopo mais amplo, além do conteúdo da Web.
Sua Estrutura
Na versão preliminar que pode ser alterada ainda, existem:
- Diretrizes
- Soluções para problemas de acessibilidade;
- Mais granular do que as diretrizes das WCAG 2;
- Cada diretriz tem resultados.
- Resultados
- Declarações verificáveis;
- Semelhante aos critérios de sucesso das WCAG 2;
- Focados em resultados esperados do que os meios técnicos para alcançá-los.
- Afirmações
- Afirmação formal de um fato, atribuída a uma pessoa ou organização
- As asserções nas WCAG 3 afirmam que uma organização concluiu um procedimento que pode melhorar a acessibilidade
- Exemplos de procedimentos incluem testes de usabilidade, testes de tecnologia assistiva e revisões de linguagem simples
- As asserções são usadas quando os resultados da mesma usabilidade seriam muito diferentes entre os testadores
Material de apoio
Os materiais de apoio sofrerão grandes mudanças também, eles incluirão:
- Métodos
- Maneiras específicas de tecnologia para alcançar um resultado
- Testes para o resultado
- Semelhante às Técnicas das WCAG 2
- Documentos de Como fazer
- Explicam mais sobre cada diretriz, por exemplo, como ela aborda as necessidades de acessibilidade;
- Informações para designers, desenvolvedores, pessoas iniciantes em acessibilidade;
- Semelhante aos documentos Understanding das WCAG 2.
- Categorias de necessidades funcionais
- Lista categorizada de necessidades de pessoas com deficiências.
Nunca estive tão ansioso para uma nova versão da WCAG sair, isso irá dar um salto gigantesco na compreensão e utilidade do documento.
E quem sabe melhorar a saúde da web nos nossos dias.
Atualizações
Semana retrasada, gravei um vídeo explicando um dos problemas mais clássicos de acessibilidade.
O contraste é um problema sútil, mas que atrapalha muita gente (inclusive eu).
Um CSS bem estruturado pode resolver isso em um passe de mágica.
Confira o vídeo abaixo.