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Se todos falassem a mesma língua?

Escrito a mão por Bruno Pulis

Opa!

Chegamos à edição 47 e ao fim da nossa jornada sobre os 6 bugs mais comuns de acessibilidade. Esta é nossa última newsletter do ano.

Não acompanhou a série completa? Sem problemas!

Você pode consultar todos os artigos anteriores aqui:

  1. Erro de contraste como corrigir?
  2. Uma imagem vale mais que mil palavras
  3. Como fazer conexões certas
  4. Duas formas de escrever formulários acessíveis
  5. Vida vazia, saudade sua

Destaque da semana

Esta semana, testemunhei um momento emocionante em minha igreja: uma cantata de Natal com a participação de pessoas surdas. Foi uma experiência transformadora, onde não apenas os surdos se apresentaram, mas também os ouvintes tiveram a oportunidade de aprender alguns sinais para cantar junto.

E falando nisso, vi um filme chamado O som do silêncio, vale a pena conferir.

Esse filme trouxe um misto de reflexão e paz. Se quiser que faço uma resenha me responda esse e-mail. Mas vamos o que interessa.


Já imaginou se todos pudessem falar a mesma língua? Navegadores, celulares e tecnologias assistivas seriam beneficiados.

Em teoria, falamos a mesma língua: o inglês. Os padrões de internacionalização existem justamente para dar uma uniformidade entre sistemas e prover maior interação.

Mas, infelizmente, uma parte crucial da web é deixada de lado: o HTML.

Nessa carta vou te mostrar como deixar seu conteúdo disponível no idioma correto.

O problema

Alguns editores de código, como o Visual Code, definem por padrão o idioma inglês na estrutura do HTML.

O documento vem escrito da seguinte forma:

<!DOCTYPE html>
<html lang="en">...</html>

E cá pra nós, aposto que você nunca percebeu isso ou se importou, não é mesmo? Mas ai que mora o perigo jovem padawan.

Usuários de leitores de tela, utilizam o sintetizador de voz embutido nos softwares para ler o conteúdo.

Uma das primeiras coisas que o sintetizador de voz faz é identificar o idioma atribuído a página.

Além disso, ele busca características como: entonaçãoritmo e sotaque da língua definida no documento.

Agora pensa comigo, faz sentido o idioma ser em inglês e o conteúdo em português?

A experiência seria como a saudosa propaganda do Joel Santana.

Para não cairmos nessa cilada, precisamos realizar um pequeno ajuste que irá fazer toda a diferença.

Importante destacar:

  • A tecnologia assistiva buscará o atributo lang e realizará a leitura conforme o idioma definido.
  • Essa abordagem inadequada não apenas gera uma experiência confusa, mas também descumpre o critério de sucesso 3.1.1 – Idioma da Página [A] — WCAG 2.1.

Aprofundando o Conhecimento

Para explorar mais sobre o atributo lang, consulte outro artigo que publiquei sobre o tema.

A correção é bem trivial, mas ajuda a todos. Faça isso:

<!DOCTYPE html>
<html lang="pt-br">...</html>

Para fixar:
O idioma na tag <html> deve ser o padrão de sua página, caso seu site possua internacionalização o conteúdo do atributo lang deverá ser modificado dinamicamente.

Conclusão

Após percorrermos todos os bugs de acessibilidade, torna-se evidente a necessidade de maior conscientização para resolver esses problemas.

Os desenvolvedores precisam aprender, de forma adequada, os padrões web e HTML semântico. Dessa maneira, grande parte dessas barreiras será eliminada.

Reciclar nosso conhecimento é fundamental para a evolução contínua da acessibilidade digital.

Deixo uma reflexão inspiradora de Tim Berners-Lee:

O poder da Web está em sua universalidade. O acesso por todas as pessoas, independentemente de suas condições, é um aspecto essencial.

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