Recentemente vi Com Amor, Van Gogh. Ambientado um ano após o suicídio de Van Gogh, Armand Roulin encontra uma carta do artista endereçada a Theo (seu irmão) que, porém, nunca chegou a seu destino.
Armand, então, decide pessoalmente entregar a carta ao seu destinatário. Chegando na cidade de Arles, tenta encontrar a família do pintor, iniciando uma investigação sobre o paradeiro da mesma e da vida de Van Gogh na pequena cidade.
Curiosidades
O filme tem um caráter inovador, por ser o primeiro a ser produzido totalmente com pinturas. Outra curiosidade é a técnica de pintura usada nele, a pintura a óleo sobre tela — a mesma que Van Gogh utilizava em seus trabalhos.
Foram contratados mais de 120 pintores para reproduzir as obras deste grande artista para a gravação do filme. No total foram necessários 860 quadros pintados, além de terem sido realizados 1.026 desenho, bem curioso não é mesmo?
Confira o trailer dessa obra de arte.
Minhas impressões
Com amor, Van Gogh é desses filmes que fazem você sair da sala do cinema pensando sobre a vida e os seus desdobramentos. Trata-se de uma película doce, mas triste. Ele nos diz bastante sobre a cosmovisão de Van Gogh e seu apreço pela a estética.
Van Gogh era um talento incompreendido, possuía uma relação de amor profunda com a estética e transformava sua visão de mundo em uma tela de pintura, retratando seu amor pelo belo.
Todo o filme gira em torno de algo bem conhecido para os teólogos, a necessidade gritante do ser humano em se encontrar. Diversas vezes, Van Gogh se questiona sobre seu propósito como pintor e o que fazer com sua arte, sendo nítida nesta declaração:
Quem sou eu aos olhos da maioria das pessoas? Um ninguém. Uma não-entidade, uma pessoa desagradável. Alguém que não tem… e jamais terá qualquer posição na sociedade.
Difícil não se comover com tal história, que nos leva a enxergar o amor com outras lentes, colocando-o no centro de tudo. O amor de Van Gogh por expressar sua cosmovisão e espiritualidade é de impressionar…
Poucas pessoas conseguiram exprimir através da estética o amor de forma tão profunda igual a ele. Talvez ele não conseguisse expressar verbalmente ou corporalmente seus pensamentos e visão de mundo, porém, sua arte dizia por si só. Era o incompreendido, lunático, mas um gênio com o seu pincel.
Assim como todos nós, Van Gogh gostaria de ser compreendido. E, tratando do nosso tempo, é um anseio no coração de cada um ser compreendido e aceito. A vida inteira o pintor buscou essas duas coisas, porém, não obteve sucesso.
A frase mais marcante do filme para mim é:
Um dia gostaria de mostrar, através da minha obra, o que este ninguém, esta não-entidade, tem em seu coração.
E quantos de nós não gostaríamos das mesmas coisas? Talvez tenhamos um quê de gênio guardado em nós, esperando ser compreendidos num mundo tão sem compreensão.
Na paz,
Bruno Pulis
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