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Vou contar uma estória fictícia, porém com um tom de realidade que por volta e meia tende a ser mascarada e desprezada por uma grande maioria de pessoas.

Ps: Os personagens são fictícios foram criados para debater a temática em questão.

São 23:55 de uma bela sexta-feira já se passaram 3 meses do ocorrido, nossa protagonista Paloma sai com os amigos para descontrair um pouco, pois sua semana foi uma daquelas. Todos conversando, interagindo entre si (raridade em uma época tão líquida), mas ela estava com o pensamento um pouco distante desligada de tudo aquilo que acontecia a sua volta, talvez lembrava daquilo que aconteceu há 3 meses atrás. Paloma é uma belo horizontina de 23 anos, ela ama moda e arte faz Publicidade e Propaganda em uma boa faculdade daqui, tem um ciclo social grande e todos a adoram .

Por volta de 3 meses atrás ela frequentava uma determinada igreja que se intitulava seguidora de Cristo e que cumpria os sacramentos da fé. Era um ambiente aconchegante, trazia paz e sentia um refrigério em sua alma, sensação ímpar que nunca tinha tido fora desde ambiente. Tentou até encontrar em outros lugares, porém foi em vão.

Paloma é dessas pessoas que te cativam e prendem sua atenção. Foi fácil fazer amizade, pois sendo simpática como ela era difícil rejeitar sua amizade. Com isso, participou de várias atividades dessa igreja: churrascos, festas, vigílias, orações, acampamentos, ela era confidente de alguns que depositavam sua confiança nela.

Porém, certo dia descobriram algo sobre Paloma, ela era uma mulher transgênero o mundo para Paloma caiu naquele exato momento…

Muitos deixaram de se relacionar com ela por causa disso. Ela passou a ser excluída das atividades e teve um ultimato “ou muda, ou não faz parte daqui”. Paloma ouve, engole o choro fica firme, ergue a cabeça e segue em frente com um pesar no coração.

Lembrando desse ocorrido, pensa que tudo foi em vão e quem sabe as pessoas a aceitavam até descobrirem a verdade. Paloma dá um trago no uísque e logo esquece, pois decidiu largar isso pra trás.


Paloma é um retrato de um grupo de pessoas que estão em nossa realidade e podem estar escondidas em nossas igrejas, por medo e repressão não revelam a verdade sobre si mesma.

Foi-se o tempo que esconder e não encarar a realidade, pessoas transgêneros estão por aí. E a Igreja de Cristo uma instituição que deveria ser conhecida como um ambiente de amor fraternal e socorro ao ferido se faz oposta a isso, nela deveríamos ser quem nós somos, uma pena que isso é impraticável.

Como instituição devemos estar preparados para qualquer tipo de público e abraça-los em amor.

No livro “Proibindo a entrada de pessoas perfeitas” a um trecho que conta de um homossexual que vivia entre eles na Igreja e não se assumia. Cabe uma ressalva muito importante, esse rapaz durante boa parte da vida tentou mudar sua orientação sexual, ele ama Jesus e busca com sinceridade e acredita que o relacionamento homoafetivo é errado.

Eis o trecho:

Querida Igreja,

Eu tenho um segredo para contar a vocês. Sou homossexual. Lamento não ter contado antes, mas eu temia a reação de vocês. Já vivi isso antes. Tenho sido o assunto de discussões entre pessoas que eu considerava amigos íntimos, e eu perdi alguns deles por causa disso. Alguns choraram, me abraçaram e desde então têm sido fonte de apoio e amor incondicional. Outros choraram e foram embora, sem saber o que dizer, pelo menos na minha cara. Três palavrinhas… “Eu sou gay” e de repente pessoas que eu conhecia havia anos, com as quais conversava quase diariamente, ria e chorava, que foram companheiros em tempos difíceis, viraram as costas e se afastaram de mim. 
Proibindo a Entrada de Pessoas Perfeitas pág.185

O que mais me intriga é aquela pergunta:

“E se Jesus estivesse aqui, o que ele ia fazer no caso de Paloma?”

Nossa querida Paloma nos mostra uma dura realidade, a igreja não está preparada para inserir essas pessoas no seu contexto religioso.

  • Não estamos preparados por que exalamos hipocrisia ao invés de santidade e amor, Jesus repudiava fortemente a hipocrisia (Mt 23).
  • Não estamos preparados por que escondemos nossos rostos para a realidade de nossa era.
  • Não estamos preparados por que criamos uma cultura para nosso povo e esquecemos dos lá de fora.

Por essas e outras razões, nos desculpem a tantas Palomas que repudiamos e rejeitamos e não tratamos com honestidade e dignidade e amor, nós como igreja temos falhado, nos perdoe por sermos tão egoístas.

O que nos resta é clamar a misericórdia de Deus.
E como o mestre disse certa vez:

Se alguém vier a mim de maneira nenhuma, eu o lançarei fora.

Na Paz,
@brunopulis

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