Opa!
Chegamos à edição 47 e ao fim da nossa jornada sobre os 6 bugs mais comuns de acessibilidade. Esta é nossa última newsletter do ano.
Não acompanhou a série completa? Sem problemas!
Você pode consultar todos os artigos anteriores aqui:
- Erro de contraste como corrigir?
- Uma imagem vale mais que mil palavras
- Como fazer conexões certas
- Duas formas de escrever formulários acessíveis
- Vida vazia, saudade sua
Destaque da semana
Esta semana, testemunhei um momento emocionante em minha igreja: uma cantata de Natal com a participação de pessoas surdas. Foi uma experiência transformadora, onde não apenas os surdos se apresentaram, mas também os ouvintes tiveram a oportunidade de aprender alguns sinais para cantar junto.
E falando nisso, vi um filme chamado O som do silêncio, vale a pena conferir.
Esse filme trouxe um misto de reflexão e paz. Se quiser que faço uma resenha me responda esse e-mail. Mas vamos o que interessa.
Já imaginou se todos pudessem falar a mesma língua? Navegadores, celulares e tecnologias assistivas seriam beneficiados.
Em teoria, falamos a mesma língua: o inglês. Os padrões de internacionalização existem justamente para dar uma uniformidade entre sistemas e prover maior interação.
Mas, infelizmente, uma parte crucial da web é deixada de lado: o HTML.
Nessa carta vou te mostrar como deixar seu conteúdo disponível no idioma correto.
O problema
Alguns editores de código, como o Visual Code, definem por padrão o idioma inglês na estrutura do HTML.
O documento vem escrito da seguinte forma:
<!DOCTYPE html>
<html lang="en">...</html>
E cá pra nós, aposto que você nunca percebeu isso ou se importou, não é mesmo? Mas ai que mora o perigo jovem padawan.
Usuários de leitores de tela, utilizam o sintetizador de voz embutido nos softwares para ler o conteúdo.
Uma das primeiras coisas que o sintetizador de voz faz é identificar o idioma atribuído a página.
Além disso, ele busca características como: entonação, ritmo e sotaque da língua definida no documento.
Agora pensa comigo, faz sentido o idioma ser em inglês e o conteúdo em português?
A experiência seria como a saudosa propaganda do Joel Santana.
Para não cairmos nessa cilada, precisamos realizar um pequeno ajuste que irá fazer toda a diferença.
Importante destacar:
- A tecnologia assistiva buscará o atributo
lang
e realizará a leitura conforme o idioma definido. - Essa abordagem inadequada não apenas gera uma experiência confusa, mas também descumpre o critério de sucesso 3.1.1 – Idioma da Página [A] — WCAG 2.1.
Aprofundando o Conhecimento
Para explorar mais sobre o atributo lang
, consulte outro artigo que publiquei sobre o tema.
A correção é bem trivial, mas ajuda a todos. Faça isso:
<!DOCTYPE html>
<html lang="pt-br">...</html>
Para fixar:
O idioma na tag <html>
deve ser o padrão de sua página, caso seu site possua internacionalização o conteúdo do atributo lang
deverá ser modificado dinamicamente.
Conclusão
Após percorrermos todos os bugs de acessibilidade, torna-se evidente a necessidade de maior conscientização para resolver esses problemas.
Os desenvolvedores precisam aprender, de forma adequada, os padrões web e HTML semântico. Dessa maneira, grande parte dessas barreiras será eliminada.
Reciclar nosso conhecimento é fundamental para a evolução contínua da acessibilidade digital.
Deixo uma reflexão inspiradora de Tim Berners-Lee:
O poder da Web está em sua universalidade. O acesso por todas as pessoas, independentemente de suas condições, é um aspecto essencial.